Após 6 dias da manifestação que teve início na manhã da última sexta-feira (02), indígenas da etnia Munduruku encerraram de forma provisória o protesto e desbloquearam as rodovias BR-163 (Santarém/Cuiabá) e BR-230 (Transamazônica), na tarde desta quarta-feira (07), após lançamento de acordo.
De acordo com informações, lideranças indígenas tomaram tal decisão após conversa com o Senador Zequinha Marinho, o qual prometeu interceder junto ao presidente da Câmara de Deputados em favor das causas defendidas por eles, propondo a ida de uma comissão à Brasília a fim de discutir o caso em questão.
Em comunicado, enfatizando que defende o diálogo e o entendimento, o senador destacou que o ato de protesto foi uma estratégia que trouxe o que chamou de ‘um recado ruim’, para o mundo de mercado em face de futuros grandes eventos na região.
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Interdição iniciou na manhã desta sexta-feira (02). Foto: reprodução |
“Em vez de tomar e interditar a estrada, prejudicar a economia, é muito ruim para a economia e futura dessa região, para o leilão da Ferrogrão que vem aí, para leilão da concessão da BR-163. Isso traz um recado ruim para o mercado e investidor”, discorreu o senador.
Ainda assim, ressaltando a dificuldade da situação em questão, sobretudo pela resistência do presidente da Câmara, Deputado Rodrigo Maia, em pautar o projeto, o senador disse que está trabalhando para encontrar uma solução que atenda os anseios dos indígenas.
Liderança indígena
Em entrevista, Adonias, uma das lideranças indígenas que está a frente da manifestação, disse que a articulação política proposta foi decisiva para que a decisão de liberar o tráfego de veículos na rodovia BR-163, fosse tomada.
“Esse foi o principal ponte de nós liberar no momento a BR até nós conseguir essa articulação junto com os políticos de Brasília”, pontuou.
Por outro lado, Adonias ressaltou que, conforme os resultados da discussão que será iniciada a partir de então, ainda há o risco do retorno da manifestação com interdição de rodovias, caso os anseios da comunidade não sejam atendidos.
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Indígena em ato que rasga e queima documento judicial. Fotos: reprodução |