“Foram 54 milhões de reais e no Hospital Regional não foram internadas 50 pessoas. Então saiu mais de 1 milhão de reais cada paciente que deu entrada lá. Isso é um absurdo. Então não teria motivo algum de ter sido atrasado o salário dos servidores, não há motivo nenhum”, pontuou.
Ainda assim, Peninha voltou a refrisar a falta de responsabilidade devida do IPG, destacando que muitos servidores já foram dispensados do trabalho, para dar lugar a outros que, sequer, estariam com nomes elencados na lista de classificação do processo seletivo feito pelo Instituto no início deste ano.
“Muitos já foram dispensados e estão chamando outros que nem na lista de selecionados estão ou estavam”, disse.
Dito isto, o vereador prossegue seu discurso e estaciona para lamentar o curso que a situação envolvendo o Hospital Regional tomou, relembrando desde protestos realizados com a divulgação do resultado do processo seletivo, passando pela inauguração com capacidade mínima e posterior anúncio do fechamento da Unidade, até chegar na questão do não pagamento dos colaboradores atrelado aos milhões recebidos pelo IPG.
“Pra quem nós vamos apelar? Denunciamos para o Ministério Público Estadual e Federal, para a Polícia Federal. Eu soube que o MP e PF foram lá várias vezes e nós não estamos vendo absolutamente nada que resolva essa situação”, afirmou.
Dependência do Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém
Por fim, Peninha enfatiza a grandiosidade da obra que é o Hospital Regional do Tapajós, mas lamenta a inexistência de administração de qualidade que de fato atenda as necessidades coletivas, cognominando a unidade de “elefante branco” (expressão utilizada para classificar algo valioso ou que custou muito dinheiro, mas que não possui utilidade ou importância prática).
Enquanto isso, muitos pacientes que necessitam de atendimento de média e alta complexidade, devem aguardar e depender da disponibilidade de leito hospitalar no HRBA.
“Isso é uma afronta. Eu me sinto envergonhado e impotente. Nós temos uma estrutura melhor que Santarém. O que falta? Tanto dinheiro que foi liberado, onde está?”, finaliza Peninha.
Contrato prorrogado
Em virtude do fechamento do Hospital de Campanha dos municípios de Santarém e Altamira, conforme informou a Secretaria de Saúde Pública do Estado do Pará – SESPA, o governo do Estado prorrogou por mais 30 dias o contrato com o Instituto Panamericano de Gestão – IPG, para continuar gerindo o Hospital Regional do Tapajós – HRT, que funciona oferecendo atendimentos exclusivo para pacientes infectados pelo novo coronavírus.
Edital
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) lançou no dia 16 de Outubro o aviso de chamamento público para a seleção de organização social que vai gerenciar, operacionalizar e executar as atividades e serviços do Hospital Regional do Tapajós “Teófilo Olegário Furtado”. A contratação visa à mudança de perfil da unidade, para atender outras especialidades. Segundo informações, até o momento cerca de oito empresas estariam participando da licitação.
Fonte: Plantão 24horas News