O drama de estudantes da comunidade Boa Vista do Tapajós, Km 28, às margens da BR-230, rodovia Transamazônica, em Itaituba, persiste diariamente. Em decorrência da excessiva poeria na localidade, uma vez que as obras da BR nunca foram concluídas, os estudantes são obrigados a irem para a escola utilizando máscara hospitalar, para não contraírem problemas respiratórios.
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Estudantes que moram na comunidade. |
“Estou usando essa máscara devido minha garganta inflamar muito com essa poeira. Então isso foi uma forma de amenizar um pouco a inflamação da minha garganta. Até agora ela tá inflamada e minha cabeça está muito doendo. Quando a gente vem, não tem como não passar carro e a gente não pegar poeira. Muita poeira mesmo” explica a estudante Thamires Moreira, sobre a problemática diária.
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Caminhada até a escola. |
Outra estudante, em entrevista, destacou a poeira como prejudicial à vida estudantil. “A poeira aqui é muito grande. Prejudica muito, e principalmente o estudo. Porque quando você sai de casa pra vim pra escola, você chega com a farda cheia de poeira. O sapato, demais. Prejudica a saúde também” relatou Rogenia Cristiane sobre o drama vivido.
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Realidade do local. |
Lenilza Lima, professora da escola há mais de 35 anos, explica que tal problemática não é de hoje, e que devido a isso, o número de faltas é muito grande. Os cadernos dos alunos, como afirma, acabam ficando sujos, e as cadeiras precisam constantemente serem limpas. Outro ponto destacado pela professora, foi em relação a cor do uniforme, que antes era branco, e devido a intensa nuvem de poeira, teve que ser mudado para a cor azul marinho.
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Lenilza Lima, professora. |
Por outro lado, os moradores da localidade, aproximadamente 800, também sofrem o dilema diário de todos os dias realizarem a limpeza de suas residências. De acordo com um levantamento dos próprios moradores, transitam semanalmente pelo local, cerca de 5 mil veículos. “Tem que limpar todos os dias, de manhã e de tarde. A gente deixa a porta fechada, mas não tem jeito. A saúde da gente tá sem jogo” disse Gorete Santiago, moradora da comunidade.
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Gorete Santiago, moradora. |
De acordo com o agente comunitário e presidente da comunidade, Héliton Paulo, os problemas de saúde são frequentes, e atingem principalmente crianças e idosos, que tem imunidade mais baixa. Os mais recorrentes na Unidade Básica de Saúde local, são problemas respiratórios, como por exemplo, asma, bronquite e problemas de pneumonia.
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Hélton Paulo, Agente e presidente comunitário. |
“A gente pede e anseia do Governo Federal que possa dá celeridade a esse processo de asfaltamento, dentro do perímetro urbano da comunidade, que compreende do Km 26 ao Km 30” destacou Héliton o anseio de todos os comunitários.
Fonte: Eduardo Brito