O Pará apresenta, atualmente, a ocupação de 41% de leitos clínicos e 66% de UTI, o que representa um cenário favorável, de acordo com o secretário adjunto de Saúde Pública do Pará (Sespa), Sipriano Ferraz. Entretanto, com a identificação do aumento do número de solicitações de internações em UTI nos últimos dias, são necessárias novas medidas de precaução. Em agosto, a Sespa recebeu 438 pedidos; em setembro, 321; em outubro, foram 308; novembro, 323. No mês de dezembro, até o dia 26, foram 356 solicitações.
O governo do Estado busca evitar que as festas de fim de ano tragam repercussões agravantes à saúde dos paraenses. “Conseguimos superar com estabilidade as férias de julho, o Círio de Nazaré, o período de eleições, porém com as atuais projeções, baseados na ciência e na técnica, com acompanhamento diário das nossas equipes, precisamos reavaliar algumas medidas, para evitar o estabelecimento de restrições severas que já estão ocorrendo em outros estados brasileiros e países”, explica o governador Helder Barbalho.
“Não podemos fomentar aglomerações, deixar de usar máscaras, lavar as mãos, ou usar álcool em gel. Essas medidas são fundamentais para barrar a tendência de aumento do número de casos de covid-19 no Estado. Estamos ampliando a retaguarda da rede, de forma preventiva, para que nenhum paraense fique desassistido no Pará”, reforça Sipriano Ferraz.
O cenário atual do novo coronavírus no Pará é de 289.795 casos confirmados, 270.836 recuperados e 7.124 óbitos confirmados pela doença.
Segundo o reitor da Ufra, professor Marcel Botelho, é importante ressaltar que o número de leitos disponíveis é superior a demanda no Estado como um todo. Contudo, ao observar separadamente as regiões de saúde, observa-se tendências de aumento.
“Na Região Metropolitana de Belém, tivemos uma redução do número de casos, no que se refere à necessidade de demanda hospitalar. Entretanto, nas outras regiões, como Marajó Ocidental, Xingu, Tapajós, Tucuruí, Baixo Amazonas, Carajás, Araguaia e Nordeste, a tendência é de aumento” – professor Marcel Botelho, reitor da Ufra.
O coordenador do programa Retoma Pará, Adler Silveira, ressalta as alterações da classificação do bandeiramento, a partir deste sábado (26), que leva em conta a avaliação atual da quantidade de novos casos contabilizados e a capacidade do sistema de saúde.
“O bandeiramento das regiões Tapajós e Xingu passam do amarelo para o laranja. As regiões do Araguaia e Baixo Amazonas mantêm o bandeiramento laranja. Regiões do Tucuruí, Marajó Ocidental e Nordeste paraense seguem em bandeiramento amarelo. Região Metropolitana de Belém (RMB), Marajó Oriental e Baixo Tocantins seguem em verde, devido à capacidade maior do sistema de saúde” – Adler Silveira, coordenador do programa Retoma Pará.
SEGURANÇA
Para que as aglomerações das festas de final de ano não tenham repercussão no agravamento do cenário da pandemia, a Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup) realiza, desde o dia 3 de dezembro, a operação Festas Seguras, focada em preservar vidas a partir do cumprimento de protocolos de saúde, além do combate aos crimes contra o patrimônio.
VACINA
Helder Barbalho informou que o Governo segue trabalhando no processo de vacinação em diálogo com o Ministério da Saúde, Instituto Butantan e outros laboratórios. “A nossa previsão, é que ainda em janeiro conseguiremos iniciar a vacinação por fases e grupos restritos e gradativamente, ir aumentando os grupos, de acordo com a oferta de vacina, para, ao longo de 2021, imunizar toda a população”, reforça. O estado do Pará só fará uso de vacinas regulamentadas pela Anvisa, órgão regulador brasileiro.
Segundo o governador, a Sespa já está preparada para o plano de vacinação, com 3 milhões de seringas e agulhas em estoque, com a logística pronta para distribuição das vacinas para os 144 municípios paraenses.
“Sei o quanto todos nós estamos cansados da distância de um familiar, do uso de máscara, sou solidário ao sofrimento que vivemos ao longo desses meses, mas devemos ter a consciência de que o vírus ainda está circulando. Enquanto não houver a imunização, temos que manter todos os cuidados”, finaliza o governador.
A transmissão ao vivo foi feita pelo site Agência Pará, TV Cultura e pelas redes oficiais do governo do Estado e Sespa.