O irmão de Ana Élita Sousa Nogueira, de 40 anos, a qual morreu na noite do último sábado (19) após o carro em que estava com o marido, identificado como Hudson Henrique de Jesus Falcão, cair em uma vala, refuta a versão do cunhado e acredita que as causas da morte da irmã não foi do que denominou de “acidente natural”.
Balbino Souza Nogueira, disse que após ter conhecimento do que acontecera com a irmã, foi até o local do ocorrido e, ao ver a situação em que ficou a estrutura física do carro, imediatamente levantou consigo a hipótese de um possível crime de feminícidio.
“Ao ver a situação do carro, naturalmente eu já abri minha boca e pronunciei: ‘isso aqui não se trata de um acidente natural’, pelas evidências muito óbvias. Eu não sou técnico e nem perito, mas aquilo ali só cego que não ver que não foi de fato acidente natural. As evidências estão claras que isso aí se trata de um feminícidio”, discursou.


Além disso, para robustecer a hipótese que sustenta, Balbino disse que viu o estado em que ficou a irmã após o ocorrido. De acordo com ele, as marcas roxas em algumas partes do corpo, são evidências que apontam para um potencial crime de feminícidio.
“Eu sondei que aquilo não foi acidente. A minha irmã ficou detonada. Ela tinha marcas roxas no pescoço e nos braços. Tá muito evidente”, acredita.
Ainda assim, Balbino frisou sua inconformidade com o modo com que as investigações estão tomando curso. Segundo ele, falta atitudes policiais mais enérgicas a fim de que o cunhado, Hudson, seja responsabilizado na medida em que as investigações forem mais incisivas a fim de obter uma resolução para o caso.
“Minha inconformidade é como está sendo conduzido o caso. A gente tanto ouve do combate da violência contra a mulher, e o cara está arrumando as malas para ir embora. Então eu quero implorar por uma atitude enérgica. Já era pra ele tá atrás das grades”, afirmou.
Episódio de agressões
Em ato contínuo durante posicionamento, Balbino realçou que a irmã já teria sofrido agressões físicas do marido, no entanto, ela não teria tido tempo e oportunidade para pedir ajuda aos familiares.
“Infelizmente a minha irmão não teve tempo de gritar por socorro. O próprio filho dela saiu de casa em razão de Hudson ter agredido minha irmã. A própria filha dela também relata que ele agrediu minha irmã”, afirmou.
Posicionamento da delegacia
Sobre o caso, o delegado Ricardo, que preside as investigações, afirmou que aguarda o resultado da perícia que apontará por certo as causas da morte, para que, a partir disso, o curso das investigações seja delineado. Hudson segue em liberdade.
Versão do marido
Hudson Henrique de Jesus Falcão, marido da vítima que estava no veículo, foi até a 19ª Seccional de Polícia Civil após acidente para prestar depoimento sobre o ocorrido.
De acordo com o relato descrito no Boletim de Ocorrência, ambos teriam saído juntos para a casa de amigos no bairro Açaí, por volta das 16h de sábado, onde permaneceram ingerindo bebida alcóolica até por volta das 22h, quando resolveram retornar para casa.
Minutos antes de entrarem no carro Fiesta para regressar, Hudson conta que iniciou-se uma discussão entre ele e a esposa motivada por ciúmes, que se perdurou durante o trajeto para a residência.
Conta Hudson que, em um dado momento, com o carro em movimento, Ana teria começado a arranha-lo com as unhas afirmando que iria pular do veículo. Ao Ana ter colocado a cabeça para fora reafirmando que iria pular, Hudson teria se assustado com a possibilidade de ocorrer uma tragédia, ocasião em que tentou puxa-la com uma das mãos.


Neste ínterim, Hudson teria perdido o controle do veículo que veio a cair em uma vala do lado direito da via. A partir de então, ele conta que ‘apagou’ e foi acordar quando já estava no Hospital Municipal de Itaituba – HMI, de onde recebeu alta na madrugada deste domingo (20).
Por outro lado, a esposa, Ana Élita, não resistiu aos ferimentos graves, sobretudo por ter quebrado o pescoço, e foi a óbito na hora. A vítima era natural de Pindaré-Mirim, estado do Maranhão.
Fonte: Plantão 24horas News