O governo Jair Bolsonaro demitiu na tarde desta terça-feira (10) o novo superintendente regional do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) no Pará, o coronel da Polícia Militar Evandro Cunha dos Santos, nomeado para a chefia do Ibama paraense no último dia 2 pelo ministro Ricardo Salles.
A exoneração, assinada pelo ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente), será publicada na edição de quarta-feira (11) do Diário Oficial da União. O servidor público foi afastado por ter feito a declaração sem respaldo do governo federal.
Em audiência pública, na segunda-feira (9), ele havia dito que recebeu ordem para interromper a queima de veículos que são flagrados pela fiscalização do órgão federal cometendo crimes ambientais na Amazônia. As declarações de Santos causaram forte reação no comando do Ibama em Brasília.
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Audiência pública em Altamira. |
Para fiscais do Ibama, a fala de Santos colocava em risco servidores do órgão atualmente em operação no município de Altamira, campeão de desmatamento e de focos de incêndio no país. Segundo dados do Inpe, já foram registrados 3.037 focos de incêndio de 1 de janeiro até 8 de setembro.
Na semana passada, fiscais do Ibama fizeram uma grande operação de repressão a garimpos ilegais na floresta nacional do Crepori, no Pará, e queimaram equipamentos, incluindo duas retroescavadeiras, encontrados operando dentro da área protegida por lei.
A destruição é autorizada pela legislação ambiental por duas razões principais: a dificuldade de rebocar os equipamentos apreendidos e a possibilidade de ações armadas para resgatar os veículos, como já ocorreu na Amazônia.
Fonte: Folha de São Paulo