Segundo o relato, o crime foi resultado de uma discussão entre o fazendeiro e o funcionário por causa de uma sela de montaria. Em 26 de abril deste ano, Alcides estava na propriedade rural, por volta do meio-dia, quando brigou com Johab a quem acusou de não ter utilizado a sela de montaria para conduzir um cavalo até o curral da fazenda. Na chegada ao curral, relatou a testemunha, o fazendeiro teria começado a insultar o funcionário. Logo em seguida, segundo a testemunha, o fazendeiro teria pego no curral um relho, espécie de chicote de couro trançado, e teria começado a surrar o lombo do cavalo ainda com a vítima montada no animal. Com as chicotadas no cavalo, Johab acabou batendo a cabeça no teto do curral, o que fez com o funcionário descesse da montaria, para discutir com o patrão, afirmando que não era moleque e que não tinha medo do fazendeiro.
Alcides, logo em seguida, sacou um revólver que trazia consigo e, à curta distância, efetuou um disparo no rosto da vítima, que morreu no local. Após o crime, Alcides fugiu da fazenda e permanece foragido. Dois dias depois do homicídio, o delegado representou pela prisão do indiciado na Justiça. Ainda, conforme o delegado, a testemunha ocular do crime foi ouvida em dois momentos distintos durante o inquérito. Durante as investigações, o delegado deu cumprimento a mandados judiciais de busca e apreensão na casa do acusado, em Palestina do Pará, e na residência da filha do fazendeiro, localizada na cidade de Araguatins, no Estado de Tocantins, além de outras buscas realizadas na região. Outras testemunhas também foram ouvidas.
O fazendeiro, destaca no relatório o delegado, é apontado como uma pessoa violenta, que já teria agredido fisicamente outro funcionário, com uma chicotada de relho no rosto, durante uma cavalgada em setembro de 2015, em Palestina do Pará. A agressão teria resultado na perda parcial de visão do funcionário. Há relatos ainda de atos de violência e maus-tratos cometidos pelo fazendeiro contra funcionários nas fazendas Rainha, onde o acusado mora, e Água Branca, onde ocorreu o crime. O delegado já deu entrada com ofício, no Departamento de Polícia Federal, solicitando a cassação dos registros da arma de fogo de propriedade do acusado e que foi usada no crime.