sábado, setembro 7, 2024

Dia Nacional da Luta Antimanicomial: CAPS II realiza programação especial para lembrar a data

A atual política de saúde mental no Brasil é resultante da mobilização de usuários, familiares e trabalhadores da Saúde que teve início em 1980 com a finalidade de mudar a realidade dos manicômios onde viviam mais de 100 mil pessoas com transtornos mentais. Antes de 1980, o modelo de atendimento em saúde mental era centrado na hospitalização e internações em manicômios.

Muitas pessoas que foram enclausuradas nesses locais por décadas sem perspectiva de retorno ao meio social, muitas vezes por representarem aquilo que a sociedade desejava ocultar de sua imagem e excluir por não considerar “normal”.

Diante disso, o dia 18 de maio, foi instituído como Dia Nacional da Luta Antimanicomial no Brasil, que busca um tratamento mais humano aos usuários do sistema de saúde mental.

“Hoje é o dia da luta, dia da luta Antimanicomial, pois hoje como estávamos falando aqui, os pacientes não podem mais ficar presos como eram antigamente que existiam os manicômios, hoje eles são tratados com medicação, com atendimentos e acompanhamentos psicossocial e terapias, então as famílias, elas são muito importantes nestes tratamentos no Caps”.  Disse Gilmara Sampaio, Coordenadora do Caps II, localizado na 10º Rua do Bairro Floresta em Itaituba Pará.

A programação foi realizada na barraca de eventos da Orla da cidade e também contou com a participação de alunos do curso de enfermagem de uma Instituição particular, que atuaram na prestação de serviços como: Aferição de pressão e Cálculo de IMC dos usuários do Caps que compareceram para prestigiar o evento.

Pacientes com cartazes sobre a Luta Antimanicomial/Foto: Plantão24Horas News

Bem diferente dos antigos manicômios cercados de altos muros, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), surgiram como espaços comunitários que promovem um tratamento interdisciplinar singularizado às pessoas com questões de saúde mental. Os funcionários não utilizam uniformes ou jalecos, o ambiente é tomado pelo colorido das peças produzidas nas oficinas de arte e a cidade torna-se espaço terapêutico, de diálogo e de fortalecimento da cidadania. Os CAPS atuam em rede de atenção com outros serviços. Criado como um serviço comunitário, o atendimento no CAPS é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento é indicado por um clínico geral, ou pela busca espontânea. O usuário passa a frequentar o local, após as análises individuais feitas pela equipe multiprofissional.

“Todo dia é dia de luta contra o preconceito com as pessoas que tenham algum problema mental, hoje é o dia que nós temos para levantar a voz e dizer CHEGA! A luta manicomial ela é um movimento pelos direitos da pessoa com sofrimento mental por uma sociedade sem manicômios, manicômios eram lugares ruins, eram tristes, onde as pessoas sofriam, eram trancadas e este movimento que começou lá em 1980 veio pra dizer chega disso! Nós precisávamos trazer a liberdade e dignidade para as pessoas”.  Afirmou   Noane Campos Psicóloga do Caps.

Diante desse contexto, essa política veio para substituir o modelo de saúde mental centrado no hospital psiquiátrico por um modelo de serviços comunitários. Nas últimas décadas, esse processo de mudança foi conquistado especialmente através do Movimento Social de Luta Antimanicomial e pela Reforma Psiquiátrica. Sua proposta é garantir a livre circulação e acolhimento das pessoas com questões de saúde mental pelos serviços, pela comunidade e pela cidade. Foram criados serviços de atenção psicossocial para realizar a reinserção de usuários em suas comunidades e o fechamento gradativo de leitos em hospitais psiquiátricos. Essa nova atenção tem como objetivo o pleno exercício de sua cidadania com a participação e o acesso ativo na educação, moradia, trabalho e cultura.

 

Fonte: Portal Plantão24Horas News

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