Nesta sexta-feira (24), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizou mais uma reunião para discutir propostas que serão utilizadas na elaboração do plano de manejo para o funcionamento da Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós. Unidade foi criada há cerca de 16 anos, mas ainda não saiu do papel.
De acordo com Gleison Magalhães, analista ambiental do órgão, o processo de construção do plano é bastante demorado e já tem envolvido diversas reuniões preparatórias, ocorridas em várias comunidades. O documento vai definir o objetivo da criação da unidade, levando em consideração fatores a serem protegidos e os tipos de atividades inseridas.
“… O plano de manejo nada mais é do que o plano de gestão da unidade. Ele vai definir o propósito, porque a unidade foi criada. Quais são aqueles fatores significativos a serem protegidos na unidade. Quais são os principais recursos e valores fundamentais que a gente está querendo proteger dentro da APA do Tapajós. Quais são as necessidades de dados e planejamento que precisam estar incluídas nesse plano de manejo, considerando o contexto da região e considerando as características da APA do Tapajós. O zoneamento vai pegar o território da unidade e vai definir em zonas específicas, que estão sendo debatidas junto com a sociedade. Cada uma dessas zonas tem objetivos específicos, além de atividades que são permitidas”, disse Gleison.
Para isso, serão definidas, com base nas caraterísticas da APA, as áreas onde se pode desenvolver determinadas atividades, de modo que as normas venham ser respeitadas, sejam elas produtiva, de pesquisa, visitação ou outras finalidades, explica o analista. “Então, a zona de preservação tem uma característica, zona populacional tem outra característica, zona de produção tem outras características. O desenho do zoneamento está sendo debatido junto com a sociedade civil. Na reunião de 25 de novembro de 2022, foram criados grupos de trabalho nas temáticas de produção rural, povos indígenas e tradicionais, regularização fundiária, garimpo, mineração e comunidades, para que esses grupos pudessem debater propostas de zoneamento considerando o conhecimento que eles têm sobre a APA do Tapajós”.
As propostas apresentadas são discutidas e melhor definidas, para que, posteriormente, sejam consolidadas. “Hoje, a primeira prévia dessas propostas vão estar sendo apresentada ao conselho da unidade, para que a gente tenha ideia do que está sendo apresentado, para a gente poder orientá-los melhor nesse trabalho e para que, após essa reunião, as propostas finais possam vir a ser consolidadas para ser debatida na oficina de elaboração do plano de manejo em provavelmente final de abril de 2023 […]”, finalizou.
Para o Vereador e Presidente da Câmara de Vereadores de Itaituba, Direceu Biolchi (MDB), o zoneamento da APA Tapajós é preocupante, uma vez que a área já tem sido alvo de garimpo e terá que ser desocupada pelos garimpeiros. A garimpagem é, sem dúvida, a principal atividade econômica da região.
“É uma preocupação para quem está ocupando essas áreas. O garimpeiro que está ocupando essas áreas não vai mais poder garimpar. Aqui, vai ser projeto de manejo para floresta. O que vai acontecer com essas pessoas […]”, disse o parlamentar.
Fonte: Portal Plantão 24horas News