Sete pessoas — seis homens e uma mulher — foram resgatadas em situação análoga à escravidão em uma fazenda no município de Cumaru do Norte, no sul do Pará. O grupo trabalhava no corte e carregamento de madeira, vivendo em condições degradantes e sem qualquer direito trabalhista garantido.
Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), os trabalhadores dormiam em barracos de lona e madeira, com chão batido e sem paredes, expostos a insetos e animais peçonhentos. A mulher do grupo atuava como cozinheira, mas não havia geladeira nem local adequado para armazenar alimentos, que ficavam guardados em sacos plásticos e caixas.
Sem refrigeração, as carnes eram salgadas para conservação, ficando expostas e sujeitas à contaminação. Os trabalhadores utilizavam redes e camas improvisadas, sem banheiros adequados, sem equipamentos de proteção individual (EPIs) e sem primeiros socorros, mesmo diante dos riscos do trabalho com madeira.
Além disso, todos estavam em situação de contratação informal, sem registro na Carteira de Trabalho e sem exames admissionais, caracterizando diversas infrações às normas trabalhistas.
O resgate foi divulgado nesta segunda-feira (7) e foi realizado ao longo de uma semana, entre 30 de junho e 6 de julho, em uma operação conjunta do Ministério Público do Trabalho nos estados do Pará e Amapá (MPT PA-AP), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Polícia Federal (PF).
A operação contou ainda com o apoio das Secretarias Municipais de Saúde e Assistência Social, que estão atuando na inclusão dos trabalhadores em programas sociais e realizando atendimentos médicos, incluindo atualização de vacinas.
Fonte: G1
