Ingressar em um curso de odontologia ou qualquer outra área pode ser o sonho de muitos jovens, mas também, o motivo para ansiedade. Após a conclusão do ensino médio, os estudantes que seguem para a vida universitária precisam lidar com uma série de mudanças, incluindo, a formação para o mercado de trabalho.
Estudo recente, realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mostrou que entre os estudantes de universidades de oito países, 35% apresentam, pelo menos, um transtorno mental. No Brasil, o cenário não é diferente, como mostra a pesquisa “O impacto da ansiedade em alunos das universidades e suas consequências”, realizada por Jéssica Rumi. De acordo com o estudo, a prevalência de transtornos de ansiedade em universitários brasileiros é de, aproximadamente, 37,75%.
O Ministério da Saúde explica que os transtornos de ansiedade têm sintomas mais intensos do que a sensação de preocupação que pode ocorrer no dia a dia. Em geral, as pessoas não conseguem relaxar por apresentarem tensão e angústia constantes, além da sensação de que alguma coisa muito ruim pode ocorrer a qualquer instante. Medo extremo de alguma situação ou de ser humilhado publicamente e falta de controle dos pensamentos também são sinais do problema. A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) define quatro tipos de transtornos de ansiedade: Pânico, Obsessivo Compulsivo, Fobia Social e Ansiedade Generalizada.
Apesar da rotina atribulada com atividades, tarefas, provas e estágios, ingressar num curso superior é um momento marcante na vida, que não precisa ser sinônimo de desgaste mental. Por esse motivo, especialistas e autoridades da saúde dão dicas de como enfrentar o medo e a ansiedade para aproveitar tudo de bom que essa fase pode oferecer.
Medo e ansiedade na faculdade: de onde vem?
O receio e o desconforto durante as aulas no ensino superior costumam ser recorrentes entre os alunos de um curso superior. Os sentimentos são comuns àqueles que ingressaram em uma universidade pública, bolsistas que conseguiram desconto usando a nota do Enem em instituições de ensino particulares e quem paga o valor integral das mensalidades.
A situação pode ser compreendida pela necessidade de muitas adaptações: ao ambiente, aos colegas, aos professores e ao próprio curso. Além disso, há o caráter decisivo que envolve esta fase, já que o jovem se prepara para seguir uma carreira e enfrentar a vida adulta.
Antes mesmo de começar os estudos, a decisão sobre qual profissão seguir já pode ser desafiadora. Enquanto há alguns que sabem o que querem fazer desde a infância, outros têm dúvidas e insegurança sobre a decisão.
As dúvidas podem ser desde mais específicas, como a opção pela matrícula em Psicologia ou em Medicina, ambos os cursos da área da saúde, ou mais abrangentes, como fazer a graduação em Administração ou Ciência da Computação.
Após a matrícula, surgem novos receios: não dar conta dos trabalhos, dificuldade com algumas disciplinas e incerteza sobre o futuro. Levantamento feito pela consultoria McKinsey & Company, chamado “Educação para o trabalho: desenhando um sistema eficaz” revelou que quase 50% dos estudantes do ensino superior não se sentem preparados para o mercado de trabalho.
Todas essas inseguranças não são saudáveis e podem gerar impactos negativos no psicológico, na vida social e no desempenho do aluno.
Dicas para enfrentar a ansiedade na faculdade
A orientação de autoridades e profissionais da saúde é para que, ao observar os sintomas de um possível transtorno de ansiedade, o estudante busque ajuda especializada. Algumas dicas também ajudam a assegurar a saúde mental no decorrer da trajetória acadêmica:
Faça terapia
Em entrevista à imprensa, a professora do Departamento de Medicina da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Kátia Poles, explicou que a terapia possibilita que a pessoa se conheça melhor, auxiliando de forma significativa na saúde mental.
O apoio especializado de um psicólogo também é uma ideia defendida pelas universidades Estácio de Sá e Potiguar (UNP). Segundo as instituições, o profissional irá ajudar os estudantes a lidarem com as próprias emoções e a se reerguerem diante de quadros de ansiedade ou depressão.
Cuide da saúde física
Além de cuidar da saúde mental, também é importante dar uma atenção à saúde física. Uma forma de fazer isso é apostando na prática regular de exercícios. Segundo o Ministério da Saúde, as atividades são uma forma de aliviar a tensão, o que ajuda a eliminar as condições prejudiciais à mente. Também é fundamental ter uma rotina de descanso, beber bastante água e manter uma alimentação saudável.
Tente se organizar
Por fim, a UNP e a Estácio apontam a importância da organização para lidar com os desafios. Uma dica é investir em plano de estudos, documento que ajuda a manter em ordem a rotina de aprendizado. O aluno pode anotar quais são as prioridades para poder resolver as pendências no tempo certo, sem gerar gatilhos que provoquem medo e ansiedade.