Por volta das 2h da madrugada desta sexta-feira, o desabamento de um túnel em uma mina de cobre na Vila Nova Jerusalém, zona rural de Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará, deixou pelo menos três garimpeiros presos a aproximadamente 60 metros de profundidade. O incidente ocorreu durante a troca de turno dos trabalhadores e bloqueou a entrada principal do túnel com os escombros de uma caixa de contenção que cedeu. Os trabalhadores soterrados estão há quase 24 horas nesta condição.
Desde as 6h da manhã, equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar estão no local, mobilizadas em uma operação de resgate complexa que enfrenta desafios logísticos e estruturais. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, os trabalhadores estão recebendo água e se alimentando por meio de uma tubulação improvisada.
O local da mina, considerado ilegal segundo o Corpo de Bombeiros, apresenta condições instáveis, o que dificulta os trabalhos de resgate. Além da entrada principal obstruída, uma segunda via de acesso ao túnel foi apontada pelos trabalhadores como a alternativa mais viável para o resgate das vítimas, mas está inundada com cerca de 30 metros de água. Desde a manhã, os próprios trabalhadores da mina utilizam equipamentos disponíveis no local para tentar drenar a água e permitir a entrada da equipe de salvamento do Corpo de Bombeiros.
Sem Previsão de Resgate
De acordo com Barata, soldado do Corpo de Bombeiros que integra a guarnição que está no local desde as primeiras horas da manhã, a operação exige extrema cautela para evitar novos desmoronamentos. “A situação é bem complexa; não posso afirmar quando vai acabar. Tudo pode acontecer. Os três homens estão se hidratando e se alimentando por meio de uma tubulação improvisada, e estamos trabalhando com cautela para não provocar nenhum tipo de desmoronamento adicional”, afirmou o soldado em entrevista exclusiva a O Liberal durante a noite.
A profundidade da mina e a incerteza sobre sua estrutura complicam ainda mais o cenário. “É uma mina ilegal; não sabemos como é lá embaixo. Só os próprios garimpeiros sabem e estão nos ajudando. O que posso dizer é que as vítimas estão respirando bem, mas nossa preocupação é com o tempo”, explicou Barata. Ele também destacou o empenho das equipes no local: “Nossa equipe está empenhada desde as 6h. Só sairemos daqui quando retirarmos eles”, concluiu o soldado.
Drenagem
O resgate dos trabalhadores está condicionado à drenagem completa da água do acesso alternativo, o que permitirá que os militares desçam até o local ou utilizem equipamentos para trazer os garimpeiros à superfície.
“São 30 metros de água e 60 metros de profundidade. Após toda a água ser drenada, nossa equipe de resgate pretende retirar os trabalhadores, seja descendo até o local ou puxando-os para cima; isso será avaliado com cautela”, finalizou Barata.
As próximas horas serão decisivas para determinar os próximos passos e as possibilidades de resgate.
Fonte: O Liberal