quinta-feira, dezembro 5, 2024

Como combater o estupro e os aspectos desse crime hediondo

Uma reflexão urgente sobre um dos crimes mais graves e complexos da sociedade moderna. Vamos adentrar nesse debate crucial para entender os desafios enfrentados e como combater o estupro

Recentemente, os holofotes da mídia mundial têm se voltado para uma série de relatos chocantes envolvendo jogadores de futebol muito conhecidos. À medida que o debate público se intensifica e as vozes se levantam em busca de justiça, é crucial não apenas entender as circunstâncias desses casos individuais. Mas também explorar as complexidades subjacentes do próprio crime de estupro. Como combater o estupro?

Afinal, o que configura o Estupro e como combater?

No seu cerne, o estupro é a prática de relação sexual não consensual, onde a vontade da vítima é ignorada, subjugada ou coagida através da força física, ameaças, ou incapacidade de consentir devido a condições como embriaguez ou incapacidade mental.

É uma violação profunda e destrutiva da dignidade e autonomia de um indivíduo, deixando cicatrizes emocionais e psicológicas que podem durar uma vida inteira.

A Legislação e as Implicações Legais para combater o estupro

Nosso sistema jurídico reconhece a gravidade do estupro, classificando-o como um crime hediondo – ou seja, que causa repulsa à sociedade. O artigo 213 do Código Penal Brasileiro traz a concepção do estupro da seguinte forma:

Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.

A legislação vigente também define o delito de estupro de vulnerável, que consiste em manter relação sexual ou praticar qualquer ato sexual com alguém que não possui capacidade de discernimento. Isso, sem consentir com o ato, ou que, por qualquer motivo, é incapaz de resistir. Neste caso, a punição é agravada, podendo levar à pena de reclusão que varia de 8 a 15 anos.

Desafios e Mitos Perpetuados

Uma das maiores barreiras enfrentadas pelas vítimas para combater o estupro é a persistência de mitos e estereótipos prejudiciais que permeiam nossa sociedade.

Da culpabilização da vítima à minimização da gravidade do crime, essas falsas narrativas muitas vezes obscurecem a verdade e perpetuam um ciclo de impunidade.

Além do depoimento da vítima, é imprescindível a reunião de mais provas para que seja feita a denúncia. Isso, tais como: exame de corpo de delito, testemunhas, provas documentais, entre outras coisas. Lembrando que tudo isso pode variar em cada caso.

Vale ressaltar que o projeto de lei 5102/20 acabou com a prescrição para o crime de estupro de vulnerável. Isso significa que a vítima pode denunciar o estupro a qualquer momento, independente da data que ocorreu o crime.

Isso é extremamente importante, tendo em vista que a maioria das vítimas demora um tempo para conseguir buscar ajuda e denunciar às autoridades competentes.

Opinião legal

Após toda a repercussão sobre os recentes casos de estupro envolvendo o universo do futebol. Por isso, buscamos informações junto a um dos escritórios mais renomados por sua atuação em Direito Criminal no Brasil e no exterior. Dessa forma, obtendo uma perspectiva esclarecedora sobre a questão do estupro.

Segundo o advogado Luiz Vasconcelos, um dos sócios do escritório VLV Advogados, o crime de estupro é uma violação profunda dos direitos e da dignidade da vítima, deixando marcas emocionais e psicológicas duradouras.

Ele destacou a importância de entender as nuances legais que cercam esse crime, ressaltando que o sistema jurídico brasileiro reconhece a gravidade do estupro, classificando-o como um crime hediondo.

O advogado também mencionou os desafios enfrentados pelas vítimas de estupro no processo legal, enfatizando a necessidade de combater os mitos e estereótipos que muitas vezes obscurecem a verdade e perpetuam um ciclo de impunidade.

Diante disso, destaca-se a importância de buscar assistência jurídica especializada para garantir que os direitos das vítimas sejam protegidos e que os culpados sejam responsabilizados conforme a lei.

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