Wesley Amaral é pai da pequena Analu e da Luna, nascidos na maternidade municipal de Santarém. A recém-nascida Analu precisou de cuidados intensivos e foi transferida para o Hospital Regional do Tapajós em Itaituba (HRT), sudoeste paraense, enquanto a irmã teve alta. Em um estado delicado por conta da cirurgia, a mãe de Analu não pôde acompanhá-la, e o pai precisou assumir sozinho a responsabilidade.
Em casos de recém-nascidos de baixo peso, como Analu, que veio ao mundo com 40 cm e apenas 1,720 kg, o tratamento precisou ser intensificado e fundamental para a saúde e o desenvolvimento da bebê.
Analu foi direto para a Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) do regional e foi lá que Wesley conheceu o método canguru, que une o prematuro ao corpo da mãe ou, no caso, do pai. Esse contato íntimo, pele a pele, gera aconchego, reforça o vínculo e aumenta o calor e o carinho.
“Sou pai de primeira viagem, fui abençoado com duas filhas. Nunca tinha trocado nenhuma fralda. A experiencia na UCI canguru me mostrou o quanto o papel do pai é importante no desenvolvimento de um bebê, aqui no HRT pude contribuir com a recuperação e o ganho de peso da minha filha. Vim pra uma cidade que não conheço, estou sozinho e os cuidados da equipe me ajudou a ter forças para cuidar da minha filha. Se eu puder resumir em uma única palavra toda experiencia que vivi aqui é gratidão.
Método
O Método Canguru é uma estratégia do Ministério da Saúde, desenvolvido desde 2021 no Regional do Tapajós e que conta com cinco leitos disponíveis e busca melhorar a qualidade da atenção prestada à gestante, ao recém-nascido e sua família, promovendo, a partir do contato pele a pele (posição canguru) precoce entre a mãe/pai e o bebê, de forma gradual e progressiva, vínculo afetivo, estabilidade térmica, estímulo à amamentação e o desenvolvimento do bebê.
O médico pediatra Renato Auzier explica que o método é importante para incentivar aos cuidados dos pais no desenvolvimento do bebê.
“Dividido em três etapas, a primeira tem início ainda no pré-natal da gestação de alto risco, tendo continuidade na internação do recém-nascido pré-termo na Unidade Neonatal. Os pais têm livre acesso à Unidade e são encorajados a tocar no bebê para, a seguir, colocá-lo na posição canguru. Durante a segunda etapa, o bebê permanece de maneira contínua com sua mãe, que participa ativamente dos cuidados do filho. Na terceira etapa, o bebê vai para casa e é acompanhado, juntamente com sua família”, explicou.
Matheus Coutinho, diretor geral do Regional do Tapajós destaca a importância do método na atenção humanizada ao bebê e a família.
“Histórias como a de Wesley nos inspiram a continuar com a constante qualidade do atendimento, nós e toda equipe, sentimos como se fossemos parte da família de cada paciente, e esse acolhimento geram bons resultados em nosso hospital, como a rápida recuperação da Analu”, vibrou.
Administrado pelo Instituto Social Mais Saúde (ISMS), em parceria com a Sespa, o Regional do Tapajós conta com 153 leitos de internações, sendo 81 clínicos cirúrgicos, 19 clínicos médicos, 20 UTI adulto, 10 UTI pediátrica, 10 UTI neonatal, 8 ginecológicos e obstétricos e 5 leitos UCI Canguru.
A unidade recebe, diariamente, pacientes dos seis municípios que integram a região: Aveiro, Jacareacanga, Novo Progresso, Rurópolis, Trairão e Itaituba.
Fonte: Agência Pará