sábado, julho 27, 2024

“Vivi momentos de terror”, relata esposa de homem que foi assassinado em Itaituba

Em entrevista cedida à imprensa na tarde desta terça-feira (21), Raimunda Amorim de Sousa contou detalhes do momento em que seu marido Gerson Pinto Bandeira foi assassinado por um homem conhecido como Moura, militar da reserva. O fato ocorreu na madrugada do último sábado (18), por volta das 02h.

A mulher relata que viveu momento de terror no momento em que Moura adentrou a residência. “Ele chegou e desligou o padrão. Eu soube que não tinha energia porque o cachorrinho latiu. Quando ele latiu, eu fui acender a lâmpada do quintal, e não tinha energia. Eu voltei e me deitei… Quando eu deparei, ele estava dentro do quarto dizendo: ‘Eu vou matar os dois’”, destacou.

Ele usou uma ferramenta pra cortar o cadeado e adentrar a casa. Foto: Weslen Reis/Plantão.

Ao acessar o interior do imóvel, Dona Raimunda enfatiza que o homem correu para cima dela. Nesse momento, ao escutar o barulho, seu marido acordou e foi protegê-la, porém acabou sendo esfaqueado. Após ser esfaqueado, Gerson correu para se esconder de Moura; no entanto, não resistiu aos ferimentos.

“Infelizmente, foi impossível. Fui ajudar meu marido. Lutei com ele e pelejei para tomar a faca, mas não consegui. Meu marido falava ‘liga para a polícia’, mas eu não consegui. Infelizmente, ele esfaqueou meu marido”.

“Ele chegou assim porque meu esposo me defendeu. Ele virou para me defender. Aí, ele partiu para cima do meu esposo. Travaram luta corporal, e eu lutando para tomar a faca da mão dele. Quando eu consegui tomar a faca dele, ele já tinha esfaqueado meu marido…”, complementou.

A mulher acredita que Moura já vinha planejando o ato, haja vista que ele já tinha feito ameaças; inclusive, em certo dia, disse que “iria matar todo mundo”. “… Ele ligou para minha filha dizendo que vinha aqui matar todo mundo, espocar nossas cabeças, da família dela todinha com tiro. Aí, minha filha chamou a polícia. Só que graças a Deus, ele não apareceu […]”.

Raimunda também pontua que, em uma ocasião anterior, o homem também chegou em sua residência afirmando que iria acertar as contas. No momento, ele ainda lhe fez ameaças dizendo que iria atirar. Por conta disso, ela emitiu uma medida protetiva contra ele. “Nesse dia, eu esqueci o portão aberto quando eu deparei com ele em pé com chapeuzão, camisas mangas compridas e máscara preta na cara. Eu nem reconheci. Chegou na porta mandando eu entrar para nós acertar as contas. Se eu não entrasse, ele me atirava, e eu disse eu não vou entrar. Ele disse ‘tu entra, senão eu te atiro’. Eu arrodeava a mesa, e ele arrodeava. Aí, eu desci para o quintal, e ele disse ‘não corre, pois, se tu correr, eu te atiro’”.

Dona Raimunda destaca que o crime tem relação com a separação entre Moura e sua filha. De acordo com ela, Moura não aceitava a separação. A mulher também acredita que o homem tenha criado rancor porque talvez acreditasse que ela não deixava sua filha voltar para ele. Porém, a mulher enfatiza que simplesmente acolheu sua filha.

“Eles se separam porque ele bateu nela. Aí, ela disse que não voltava mais porque ela tinha apanhado dele. Ela não voltou mais, e ele não tava aceitando a separação. Eu imagino que ele criou essa raiva talvez pensando que eu não deixava minha filha voltar para ele. Ele chegou até a comentar com ela que ela não voltava porque eu já tinha arrumado um macho para ela. Sendo que é mentira. A raiva dele é porque ela não voltava para ele, e eu apenas acolhi minha filha. Qualquer pai e qualquer mãe acolhem seu filho. Os filhos têm que correr para casa dos pais, e os pais acolherem os filhos…”.

Agora, Raimunda quer que a justiça seja feita. “Eu quero é justiça, pelo amor de Deus. Faça justiça! O que eu quero é justiça, porque esse homem não é homem para tá no meio da sociedade não, porque o que ele fez para uma pessoa boa, não é coisa que se faça. Meu marido era uma pessoa boa, não tinha maldade com ninguém… Era um bom pai, um bom filho, um bom esposo… Todo mundo gostava dele. Eu quero é justiça, porque tá eu, tá meu filho, tá a família de meu esposo… Tá todo mundo com medo dele […]”.

Fonte: Plantão 24horas News.

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